30 julho, 2007

DIÁLOGOS DA LUA CHEIA

Interrompo a série que vinha fazendo sobre a poesia portuguesa, a natureza e a paisagem (que terminarei com Nuno Júdice e Herberto Helder), para aproveitar a Lua cheia que anda por aí, também ela ardendo nestes calores, antes que se esconda e nos deixe. Vi-a ontem, já tarde, na minha varanda, e hoje as suas imagens, vistas com surpresa no computador, chamaram outras Luas, que li há muito tempo na poesia de Federico Garcia Lorca, talvez um dos poetas do século XX que mais repetido e mágico diálogo entabulou com a Lua. Voltei a ele, sobretudo ao Romancero Gitano (1924-1927), e senti que todas as imagens que eu tinha captado desta nossa Lua cheia de hoje já ele as tinha visto e escrito (só a última, a do poema «Agosto», não é do Romancero, mas das Canciones, 1921-1924). E nasceu um diálogo entre a Lua cheia, a minha varanda, um raminho verde que se interpôs entre mim e Selene, e todas as Luas ciganas de Lorca, lunas luneras em noches platinoches nocheras...

(a sequência pode ser vista em formato maior clicando em cada imagem, ou em formato de slide show aqui).


















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